sábado, 25 de junho de 2011

Psicomotricidade Relacional - André Lapierre

            Após informações postadas pelo Professor Celso, que desde já agradeço, estou postando inicialmente este material que é parte de uma entrevista de André Lapierre, onde conceitua a psicomotricidade relacional. Acredito que as linhas e opiniões existenciais deste assunto são muitas, por isso deixo aberto para novas exposições de opiniões. De forma que esta postagem assim como todos materiais postados neste blog sirvam para acrescentar e aguçar a curiosidade e a busca a um conhecimento ainda maior nesta área.

André Lapierre veio ao Brasil a convite do Centro Internacional de Análise Relacional (CIAR) para o lançamento da edição em português do livro O Adulto Diante da Criança de 0 a 3 anos: Psicomotricidade Relacional e Formação da Personalidade (Editora da UFPR/CIAR). Na ocasião, ao lado de José Leopoldo Vieira, presidente do CIAR, ele nos concedeu a entrevista a seguir.


O que é psicomotricidade relacional?
AL — Essa pergunta é a mais difícil, porque a psicomotricidade relacional não é uma técnica que se possa aprender intelectualmente nos livros. É mais um método, uma maneira de atuar, uma possibilidade de se estabelecer uma comunicação mais humana, mais verdadeira com qualquer pessoa, até mesmo com as crianças, desde a creche e a escola.
Como se dá o atendimento? É correto dizer que é um método de observação da criança?
AL — Não se observa, não se põe a si mesmo fora da relação. Trabalhamos através de jogos, brincadeiras corporais. Tudo acontece sem palavras, de maneira totalmente livre, e sem julgamentos, juízos de valor. A criança brinca, por exemplo, com objetos variados: bolas, aros, etc. E, pouco a pouco, o psicomotricista participa, entra também na brincadeira e funciona como um parceiro simbólico.
O que significa ser um parceiro simbólico? O que o psicomotricista busca ao estabelecer esse tipo de contato com a criança?
AL — A brincadeira é algo simbólico, o psicomotricista vai entrar em contato com a criança nesse nível. É lá que atuam todos os fantasmas. Essa possibilidade de poder jogar, brincar, tudo de modo simbólico, permite à criança expressar seus conflitos em nível profundo, sem sabê-lo. Através do que ela faz, o psicomotricista busca decodificar: por que fez isso? Por que essa criança age assim? Por que a outra agiu de outro jeito? Para entendê-la, o psicomotricista procura decodificar o que se passa e a relação que isso tem com a vida dessa criança.

JLV — É a forma que você tem de ajudar uma criança a viver no simbólico aquilo que na realidade ela não pode viver. Ela dá vazão para o que está recalcado. A partir do momento que ela pode, por exemplo, matar simbolicamente, na brincadeira, ela percebe que não precisa realizar isso na realidade.
André — Isso dá resultados muito bons, inclusive com crianças que aparentemente são inacessíveis aqui no Brasil.
Entrevista na integra pode ser acessada: http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0080.asp

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Psicomotricidade Funcional e Relacional

Psicomotricidade Funcional
            Em 1925, Henyer, que partiu da perspectiva de Dupré, empregou o termo psicomotricidade a fim de ressaltar a associação estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade (Rosa Neto, p.13)
            Segundo Negrine o enfoque da psicomotricidade funcional prioriza o gesto técnico e exercício analítico como ferramenta pedagógica para fazer com que a criança adquira certas competências motrizes. (p.140)

O Papel do Psicomotricista Funcional
            Baseia-se na organização e aplicação de exercícios que trabalhem mecanicamente o aprimoramento dos movimentos, os lapidando tendo como base de padrão o desenvolvimento de acordo com a faixa etária. Utilizam-se também de baterias de atividades para mensurar o nível de desenvolvimento dos indivíduos.
                        O psicomotricista é o profissional da área da saúde e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do homem na aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios da integração somapsiquica. (Almeida, p.17)
           

A Estrutura da Sessão

            Muitos trabalhos têm sido relacionados com a detectação, a analise e a reeducação de diferentes temas da vida humana e os pesquisadores se baseiam em testes para realizar os diferentes estudos. (Rosa Neto, p.28)
            Normalmente as sessões baseiam-se em ciclos de atividades que trabalhem as habilidades motrizes.


Psicomotricidade Relacional

            O fundamento teórico que norteia essa forma de pensar é que utilizar uma prática pedagógica pela via corporal não significa apenas treinar a criança para adquirir novas habilidades motrizes que vão permitir a ampliação do vocabulário Psicomotriz, mas antes de tudo, significou estabelecer uma série de estratégias de ação que permita a criança se exteriorizar através de diferentes vocabulários (lingüístico, gestual, motriz, etc.) p.142-143 – Negrine.
VERDERI (1998) nos traz o aluno-corpo como movimento em tudo o que faz. Um corpo que age e interage, buscando novas possibilidades, necessitando assim, estar, ser, sentir e ser sentido.





 O Papel do Psicomotricista Relacional e suas observações

Este por sua vez deve ter a sensibilidade na hora de intervir ou não na ação do outro, deve observar os momentos oportunos para sua interação com o outro, e também o momento em que deve ser somente observador das situações.
O corpo a principal ferramenta de integrar o aluno com o outro e com o meio, podendo desta forma explorar diversos espaços, materiais e personagens. E o papel do psicomotricista é favorecer este ambiente em que ele se sinta seguro para produzir e vivenciar múltiplas situações.
Fazendo assim que o aluno consiga desbloqueio de couraças corporais, referentes às suas vivencias.

A Sessão de Psicomotricidade Relacional

            Esta se divide em três fases: o rito de entrada, a sessão propriamente dita e o rito de saída.
            No rito de entrada é onde o psicomotricista reúne todos os participantes em circulo para que sejam verbalizadas as regras, o que podem fazer e utilizar, as apresentações para inicio já de uma interação. Assim também já informando como se finalizará a sessão, que ao facilitador informar o término das atividades deverão organizar os materiais utilizados.
            Na sessão propriamente dita os alunos poderão dentro dos limites quanto a espaço e atitudes já informados pelo facilitador, fazer o que quiserem. Tendo mínimas interferências do psicomotricista, somente em momento que sejam necessário um estimulo para iniciar uma nova brincadeira.
            No rito de saída será o momento onde todos verbalizarão suas atividades, o que mais gostaram, com quem interagiram, trazendo assim um “feedback” para o psicomotricista.

PCN de Educação Infantil (1998),

As instituições devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois ao jogar as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e a respeitar regras. (p.131)